O cavalo nasce com uma composição fibrilar determinada que herdou dos seus progenitores e varia consoante a raça, sexo e idade.
O treino pode provocar transformações importantes entre distintos tipos de fibras.
Em geral, os efeitos do treino sobre o músculo dependem da sua natureza, intensidade e duração dos exercícios realizados.
A primeira adaptação do músculo ao treino aeróbio é o incremento da capacidade oxidativa e do abastecimento capilar (Esta adaptação vai ocorrendo ao longo de vários meses).
Frequentemente, produz-se um aumento da resistência, devido à transformação estrutural das fibras tipo IIb em tipo IIa.
O exercício anaeróbio, do tipo sprints ou treino de força, causa geralmente uma hipertrofia fibrilar, que se traduz num ganho de força muscular, e que se pode observar pelo aumento do volume das massas musculares.
FADIGA MUSCULAR
(2 mecanismos que causam a fadiga muscular)
Exercícios de elevada intensidade:
Acumulação de Lactato.
Exercícios de resistência:
Depleção do glicogénio, desidratação e hipertermia.
Acumulação de Lactato
Durante o exercício de alta intensidade, o lactato acumula-se nas fibras musculares, diminuindo o seu pH;
A acidez altera a atividade enzimática das enzimas do ciclo de Krebs, e por isso reduz-se a taxa de produção de energia;
A acidez também inibe a libertação de Ca2+.do RSP;
Isto leva a que, a partir de um nível crítico, a fibra deixe de poder contrair-se, o que leva a uma diminuição da força muscular produzida – diminuição da velocidade;
A eliminação do lactato demora cerca de 3 horas, com o cavalo em repouso;
No entanto, com um exercício moderado, algum deste lactato é utilizado como substrato energético no metabolismo aeróbio, sendo portanto mais rápida a sua eliminação (passo e trote, 30 min. – Marlin et al., 1987);
O treino adequado (maximização do consumo máximo de oxigénio – VO2 máx.) faz com que o “patamar anaeróbio” seja alcançado a velocidades superiores – benéfico para a performance;
O treino nas velocidades adequadas também permite aumentar a capacidade tampão da fibra muscular – controla a descida do pH, retardando os efeitos da fadiga.
Depleção do glicogénio
Nos exercícios de longa duração e baixa intensidade a fadiga deve-se a:
Esgotamento das reservas de glicogénio;
Hipertermia;
Desidratação;
ATENÇÃO! Um cavalo nestas condições não diminui necessariamente o esforço! Pode morrer durante a prova ou na recuperação (Síndrome do cavalo exausto); por este motivo, os controlos veterinários nas provas de resistência são tão rigorosos!
Após o esgotamento das reservas de glicogénio, o cavalo demora pelo menos 2 dias completos a repor novamente as reservas.
O treino e preparação para as provas de resistência tem assim como objetivos:
Promover a boa vascularização sanguínea;
Melhora os mecanismos de dissipação de calor;
Potencia a chegada de O2 à fibra muscular;
Promover a poupança das reservas de glicogénio;
Melhora a utilização dos lípidos como substrato energéticos, atrasando o esgotamento das reservas, e logo, a exaustão;
Promover a reserva hídrica dos compartimentos gastrointestinais (GI);
A presença de fibra alimentar no tracto GI funciona como reserva de água, o que aumenta a resistência à desidratação.
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